Perdigão adquiri marcas da Unilever

Semana passada a Perdigão intensificou sua proposta de aumentar sua linha de produtos, comprando as marcas Doriana, Delicata e Claybom que pertenciam a Unilever por R$77 milhões. Além de adquirir essas marcas, tem um projeto com a Unilever em criar uma empresa voltada ao mercado de margarinas.
A Perdigão partiu para outros setores, além das carnes, devido a crise da gripe aviária, em que as empresas poderiam perder lucros e com uma linha de outros produtos, as contas poderiam ser equilibradas.
Ano passado a Perdigão recolheu R$800 milhões, sendo que metade já foi investido em aquisições de empresas que não comercializam carne, produto referência da Perdigão. Comprou há um mês atrás um frigorífico em Mirassol D’Oeste, No Mato Grosso por R$100 milhões. Em maio comprou a holandesa Plusfood, por E30 milhões. Com os R$400 milhões restantes, a Perdigão deve adquirir mais empresas.
Com tantas aquisições, o faturamento cresce e a distância para a sua concorrente e líder no mercado Sadia diminui a cada dia. A Sadia fechou 2006 com uma receita de R$7,9 bilhões contra R$6,1 bilhões da Perdigão, que em três anos teve seu faturamento aumentado em 40%.
A nova empresa de Perdigão e Unilever ainda não tem nome, afirmou Nildemar Secches, presidente da Perdigão, mas adiantou dizendo que ambas terão 50% da empresa. A Perdigão controlará as marcas mundiais de margarina da Unilever no Brasil e a Unilever cuidará do marketing e do desenvolvimento de novos produtos da merca Becel. A Perdigão fabricará e distribuirá as margarinas. Esse trabalho será feito na fábrica da Unilever em Valinhos, que possui 300 funcionários, que segundo as direções das empresas continuaram em suas funções.
Hoje o mercado de margarinas representa 2,5% das vendas da Unilever, o que equivale a R$9,5 bilhões anuais, e davam dor de cabeça a empresa. Hoje a Unilever no Brasil se importa com o mercado de higiene pessoal e de limpeza, diferentemente do que faz no resto do mundo. As margarinas da Unilever representam apenas 20% do mercado no Brasil, perdendo para a Bunge com as marcas Soya, Primor e Delícia com 27,2% e contra a líder de mercado Sadia, que conta com as marcas Qualy, Sadia Vita, Deline e Bom Sabor que possuem 40,3% de mercado, sobrando apenas 12,5% para outras marcas. A Qualy é um produto de 1993 que virou líder de mercado e fez a Unilever despencar posições no mercado.
A Unilever vê a criação dessa nova empresa com bons olhos, pois para o presidente da empresa Vinicius Prianti invadir novos mercados é sempre lucrativo. Hoje a Unilever é dona das marcas alimentícias Kibon, Maisena, Pomarola, Hellmanns e Knorr. A Perdigão vê um mercado que pode fazer seu faturamento crescer rápido, pois o mercado de margarinas movimentou no ano passado R$1,5 bilhão, cresceu 9,7% em relação ao ano retrasado e pode acrescentar em seu nicho de produtos mais margarinas, já que as suas marcas Borela e Turma da Mônica possuem uma baixa representatividade ao mercado e aos consumidores, mas as duas serão mantidas pela empresa.
(Estadão)