Quadro de Di Cavalcanti ajuda a Varig

Di Cavalcanti, o pintor, teve seu quadro Baianas, vendido no lance mínimo de R$1,1 milhão no leilão de obras de arte que a Varig antiga promoveu, para quitar suas dividas, que estão na casa de R$7 bilhões. Quem comprou, não quis se identificar e nem esteve no leilão. Em seu lugar um representante que era procurador, que participou do lance com um celular ao ouvido. Após a sua oferta, que ninguém cobriu, saiu do leilão sem falar com ninguém. Entre as 292 obras, essa foi a mais valiosa e ao todo 167 foram vendidas. Uma que não vendeu foi a do retrato de Ruben Berta, ex-presidente da empresa, que teve um lance inicial de R$2 mil e não conseguiu um valor maior. Ao todo segundo o leiloeiro Walter Rezende, R$1,5 milhão foi leiloado.
No leilão havia um grupo de mais ou menos 50 ex-funcionários da Varig, com camisetas com essas mensagens: ''Aposentados à míngua – Varig, Vasp e Transbrasil'', que fizeram um pequena manifestação antes do leilão, que foi apoiado por eles.
A Varig tem uma dívida de R$150 milhões com ex-funcionários, que devem ser os primeiros a receberem o dinheiro, segundo o acordo da Lei de Recuperação Judicial. Depois do quadro de Di Cavalcanti, o mais valioso foi o óleo sobre tela de Tomie Ohtake, leiloado por R$80 mil.
O acervo da Varig era valioso, e todos as obras se encontram em ótimo estado de conservação e sem falar na variedade das coleções.
A Sociedade de Propósito Específico (SPE) administra a receita obtida da Varig antiga e seus advogados estão preparando na 1a Vara Empresarial do Rio, uma petição cobrando que a Varig pague primeiro os trabalhadores, sem a SPE interagir.
(Estadão)